sexta-feira, 17 de abril de 2009

6° Tendencies Rock Festival: Entrevista com Lockfist 669 (SP)

O Lockfist 669 é a banda da vez na série de entrevistas 6° Tendencies Rock Festival, uma banda pra headbanger e hardcore nenhum botar defeito. Um som brutal e técnico que com certeza vai incendiar o “circle pit” na noite do dia 25 de abril, a banda que já passou por aqui há dois anos, no 4° Tendencies Rock, deixando escombros pelo caminho, tem influências que vão do Hardcore ao Death Metal, tudo de rápido e pesado sem perder a versatilidade nos riffs e nos arranjos em geral.

Confira agora um pouco sobre a história, os roles, as mudanças, as influências dessa banda e também sobre o novo CD que será lançado no solo quente de Palmito City (com permissão do amigo Intolerante).

Nausearréia: Então rapaziada queria agradecer por dar uma força pro trabalho do Nausearréia Zine Blog, e vamos lá ao que interessa. Fala um pouco da história da banda, quando e onde começou e quais as mudanças que já ocorreram na formação?

Renato Machado - O LOCKFIST 669 começou um ano após eu ter saído do Aleister C. (banda de Mogi das Cruzes-SP). Comecei a compor alguns riffs em casa, até que senti que aquilo poderia evoluir e se tornar uma nova banda. Em junho de 2005 procurei por pessoas competentes que estivessem afim de levar uma banda à sério. Uma coisa importantíssima era que todos teriam que morar na mesma cidade(São José dos Campos-SP), pois isso facilita e muito o desenvolvimento da banda, ensaios, etc. Em dezembro do mesmo ano já estávamos gravando nosso primeiro CD. Sobre mudanças de formação, baixista Rafael foi uma grande perda pois era muito amigo nosso, mas infelizmente ele teve que mudar de cidade e não pôde continuar na banda, já o antigo vocalista nós o demitimos pois havia total incompatibilidade profissional e pessoal. Mas para o seus lugares foram convocados Davi Diziabas(Baixo) e Alex Paloschi(vocal) que além de experientes e competentes em suas funções, são grandes amigos e acrescentaram muito para a banda.

Nausearréia: Qual o significado do nome da banda, quem escolheu e porque?

RM - Eu mesmo sou o pai da criança...rs. Existe uma banda norte americana muito pouco conhecida chamada Killing Culture. Eles só lançaram um CD, mas eu era muito fã dos caras, e eles tinham uma música chamada LOCKFIST. Achava esse nome muito forte, muito legal para se usar. Mas na época eu tocava em outra banda. Quando surgiu a oportunidade de montar uma nova banda pensei: vai ser LOCKFIST. Fizemos uma busca rápida na internet e descobrimos que existia uma banda da finlândia com o mesmo nome. Porém, não queríamos abrir mão dele e na mesma época, em 2004 para 2005 mais ou menos, estava uma moda muito forte de todas as bandas quererem pagar de satanistas. Não somos cristãos, nem satanistas, nossas letras seguem outras linhas bem diferentes. Não temos nada contra bandas satanistas, mas era foda ver qualquer bandinha de escola formada ontem, querendo usar 666, pentagrama, etc... Inclusive as bandas do chamado “new metal” da época usavam 666, bode, etc...mas não de uma maneira escrachada e proposital, e sim querendo pagar de mal mesmo!!rs... Então pensei: e se fizéssemos uma sátira com isso tudo? Ao invés de 666 usassemos 669 junto com o nome da banda? Assim permaneceríamos com o nome LOCKFIST, tiraríamos uma com essa molecada “encapetada” e ao mesmo tempo uniríamos o símbolo do capeta com o da sacanagem. Tem coisa mais maligna que isso?rs...

Nausearréia: Qual a principal mudança que teve no som da banda com a substituição do baixista e do vocalista?

RM - O Davi (baixista) é um amigo antigo que já tocou comigo em outras bandas, então tocar com ele é muito produtivo. Eu e ele temos a mesma pegada, a mesma “escola musical” portanto, as coisas fluem naturalmente. Já o Alexandre trouxe uma mudança radical no som da banda. Seu estilo de vocal é mais berrado, alternando partes mais graves e agudas, alem de possuir uma versatilidade incrível. Ele colabora muito com as letras – antes da entrada dele, eu escrevia as letras -, mas definitivamente seu vocal deu uma nova cara para o nosso som. Quando os dois entraram, já tínhamos o CD novo inteiro composto por mim e pelo baterista Jefferson. Mas eles acrescentaram muitas idéias novas, principalmente no processo de gravação e mixagem. Posso dizer que estou 100% feliz com este novo line up!

Nausearréia: Há dois anos atrás vocês deram um role por aqui, “destruindo” no 4° Tendencies Rock, então a expectativa da galera que viu aquele show está a mil. O que podemos esperar de novidade pra esse show de 2009?

RM - Quando fomos convidados pra tocar aí em 2007, não tínhamos muita idéia do que esperava por nós. Quem vive no Underground sabe que shows são sempre feitos de altos e baixos, tem dia que vc toca pra mil, duas mil pessoas, outro dia pra apenas dez pessoas. No ano passado tocamos com casa cheia abrindo para o Napalm Death em um dia e no dia seguinte tocamos em uma convenção de tatuagens em outra cidade, onde tinham uns 50 emos e apenas 1 único fã de som pesado no local. À cada música a gente ouvia apenas um grito solitário da platéia: yeahh...agora toca Slayer...rs. Enfim, a gente nunca sabe muito o que esperar. Mas Tocantins surpreendeu e muito nossas expectativas, casa cheia, pessoal muito fã de música pesada, e a interação com o público foi foda. Além do tratamento dispensado a nós pelo Porkão(grande amigo) e por toda a galera. Quanto à novidades com certeza será a inclusão das músicas novas no repertório. Como lançaremos o “Dead in a Second” aí, o show será baseado nas músicas dele, umas duas do primeiro CD e talvez um cover do Nailbomb(se der tempo).

Nausearréia: É uma grande honra para nossa cena ser palco para o lançamento do CD “Dead in a Second”, conta como foi o processo de produção e gravação desse projeto.

RM - Esse CD deu trabalho pra cacete, não sei se quero gravar outro em toda minha vida...rs. Mas falando sério, levamos 6 meses para finalizá-lo, foi um processo árduo conciliar a agenda de todos da banda com os horários de estúdio. Mas dessa vez queríamos um CD que pudesse demonstrar ao máximo à que viemos. Falei para todos na banda: levaremos o tempo que for preciso, mas este CD tem que sair o melhor CD de nossas vidas até hj. E todo mundo abraçou a idéia. Fomos muito detalhistas com cada instrumento. Só eu gravei 5 guitarras base, fora os arranjos, solos, etc. Mas valeu a pena, o CD superou todas nossas expectativas e os comentários de quem já escutou algumas músicas que disponibilizamos no myspace tem sido excelentes. Para nós é um grande prazer poder fazer o lançamento do nosso CD aí no Tocantins, fomos muito bem recebidos aí da primeira vez, era o mínimo que podíamos fazer agora. Apressamos as masterizações, parte gráfica, etc. e deu tempo de levá-lo prontinho aí pra galera de Palmas.

Nausearréia: Quem acompanha a cena do metal e do hardcore conhece e respeita bastante o batera Fernandão, que já tocou no Korzus, Pavilhão 9 e agora toca no Endrah e no Treta. Qual a ligação dele com o Lockfist, como formou essa parceria dele em uma faixa do novo disco e qual importância isso tem pra vocês?

RM - Conhecemos o Fernando quando abrimos um show do Treta. Ele de cara curtiu nosso som e vêio trocar uma idéia com a gente. Desde então mantemos contato e vira e mexe nos encontramos em shows em SP e arredores. Quando estávamos gravando o CD novo um amigo meu chamado Julio que trabalha muito pelo underground aqui em SP e também é amigo do Fernando sugeriu: pq vc não convidam o ele pra gravar um som? De cara adorei a idéia, afinal trata-se do maior baterista de metal do Brasil. Liguei pra ele e a resposta foi: claro, curto o som de vcs!!! A participação rolou na faixa “End of an Era” e ficou animal. A importância disso pra gente, além de ter uma influência dele em uma de nossas músicas, é com certeza a credibilidade que ele carrega por ter o nome que tem. Ou seja, só teve a somar para o LOCKFIST 669. Ah, e alem do Fernando, outras duas participações importantíssimas rolaram no nosso CD, a do Antônio Cozta(Ophiolatry) e Edu Boccomino(Ex-Scars, atual Chaosfear).

Nausearréia: Mano fala algumas das influências da banda, cinco nacionais e cinco gringas.

RM - Das gringas são: Slayer, Cannibal Corpse, Chimaira, Machine Head e Napalm Death. As nacionais são: Sepultura, Ratos de Porão, The Mist, Korzus e Endrah e se puder mais uma, eu citaria o Eminence de Minas Gerais que tambem é muito foda!

Nausearréia: Um lance curioso quando se acompanha um tour underground que passa por todo o Brasil é o fato de acontecer um grande números de shows no estado de São Paulo, gerado pela proximidade das cidades e também pelo público em maior número, diferente das regiões Norte e Nordeste. Fala um pouco da cena hardcore/metal da cidade de vocês, algumas bandas que representam e também algumas bandas da nossa região vocês conhecem.

RM - Realmente SP tem um numero bem maior de festivais e bandas. Mas não pensem vcs que isso é algo vantajoso. Costumo dizer que atualmente SP tem mais bandas do que público. Então muitas vezes vc vê mais gente encima do que na frente do palco. A gente tabalha duro e divulga bastante nosso som para que isso não ocorra conosco, mas infelizmente isso rola com muita gente pois há uma saturação de bandas e rolam shows à todo o momento, inclusive shows gringos.

Mas mesmo assim acontecem eventos legais, bem organizados e que a galera comparece em peso.

Existem boas bandas de Metal e HC na nossa região. O Ophiolatry faz um Death Metal brutal e dispensa comentários, os caras já fizeram 2 turnês na Europa tocando com grandes nomes e estão voltando para a terceria. Outra é o Chaosfear(São Paulo – SP) os caras moram a 80 km da gente, mas não podíamos deixar de cita-los. Fazem um puta som de cair o queixo, quem não conhece, recomendo!!! Aqui na nossa cidade tem boas bandas como: Alianzza, DxSxT, Abulia, Chaos Synopsis, Morfolk, etc. Mas temos amigos além do metal e hardcore que merecem destaque como o Elegia(na linha mais gótica), o Voltz e o Mackzero5 que fazem um pop rock muito foda e logo devem estar estourando por aí.

Da da região de vcs conheci algumas bandas quando tocamos aí da primeira vez e depois fuçando pela internet. Acho muito interessante o trabalho do Boddah diciro, sou fã do A Baba de MummRa e seu profano bode core...rs, estou ansioso para ver os shows de bandas como Mata Burro, Cranium Bash e Críticos Loucos, pelo pouco que pude ver na internet, parecem ser bandas bem legais.

Nausearréia: Agradeço novamente a parceria do Lockfist 669, um grande abraço e esse último espaço pode aproveitar pra fazer algum comentário, convidar a galera pro show ou qualquer outra coisa, e até o Tendencies Rock Festival.

RM - Nós agradecemos demais a participação e a oportunidade de dar essa entrevista à vcs pouco antes do show em Palmas. Parabéns pelo trabalho que vcs estão desenvolvendo e pelas perguntas muito bem elaboradas que nos enviaram. Estamos muito ansiosos para este show. Não escolhemos o lançamento do nosso novo CD aí por acaso. Sabemos que a galera daí vale muito à pena!!! Vamos quebrar tudo no dia 25 com vcs. Um grande abraço e até lá!!!

Faça o download de Inside, primeiro CD da banda, diretamente do site oficial. É só clicar aqui.
lockfist669_inside
Para ouvir algumas músicas do CD:
www.myspace.com/lockfist669

Visite a comunidade Lockfist 669 no orkut

Veja o Lockfist 669 ao vivo:

 

Por Kid Kodó

2 comentários:

Patrícia Vera disse...

Nossa!

A entrevista que eu tava esperando!
A melhor de todas *_*

obrigadão ,
sucesso aí

[PaTrIcK] [cUnHa] ®™ disse...

bela entrevista...
eu numca tinha ouvido Lockfist669 só ouvido falar e a banda é muito boa
até+...